ecos de pedra | blog



Ceiba speciosa | paineira-rosa, sumaúma; Largo José Saramago, Lisboa


Deambulando por Lisboa, encontramos espalhadas pela cidade, várias paineiras-rosa (Ceiba speciosa) em floração, algumas delas monumentais.


O exemplar das fotos, está no Largo José Saramago, perto do Campo das Cebolas. A sua dimensão e a profusão de flores é tal, que se torna num ponto de paragem obrigatório para quem passa. Nos breves 5 minutos em que lá estive, foram inúmeras as pessoas que interromperam a caminhada para o fotografar. Aqui e ali, a folhagem toca nas cabeças de quem circula debaixo e as flores no chão são tantas que é impossível não pisar, mas ninguém parece se importar.


Se no fim da primavera e início do verão, são os jacarandás que marcam a paisagem de Lisboa, no outono, a paineira é uma das árvores a desempenhar esse papel!



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Por ecos 27 de agosto de 2025
Ophrys é um género de orquídeas herbáceas, perenes, permanecendo no período quente e seco do ano, na forma de tubérculos subterrâneos. As folhas, verdes e sem manchas, são ovadas a lanceoladas e estão dispostas helicoidalmente. As flores são muito variáveis consoante as espécies e visualmente muito especiais. A polinização neste género, tem características peculiares, uma vez que as flores fazem lembrar as flores de insectos, na sua cor, aspecto, pilosidade e odor, como os himenópteros (vespas, abelhas, abelhões, etc.). O odor emanado por estas orquídeas, imita o das feromonas femininas dos insectos. Esta semelhança é muito específica, levando um macho de uma espécie, a ser atraído pela flor de uma Ophry s específica e a tentar copular com ela. Nesse processo, as polínias ficam frequentemente aderidas à cabeça ou abdómen do insecto. Mais tarde, quando este visita uma nova flor, deposita lá o pólen, recolhendo ainda novas polínias que seguirão consigo até uma outra flor. A classificação das espécies neste género não é muito consensual, podendo variar muito em grupos como os das O. fusca, O. scolopax e O. tenthredinifera . Em Abrantes, podemos encontrar cinco espécies, sendo que algumas aparecem muito localizadamente e em reduzido número de indivíduos. Por questões de proteção das plantas, não são divulgadas as suas localizações.
Por ecos 25 de agosto de 2025
𝘌𝘶𝘱𝘩𝘰𝘳𝘣𝘪𝘢 𝘣𝘢𝘭𝘴𝘢𝘮𝘪𝘧𝘦𝘳𝘢 Jardim Botânico - Museu Nacional de História Natural e da Ciência (MUHNAC), Rua da Escola Politécnica Espécie nativa das Ilhas Canárias, oeste de Marrocos e Saara Ocidental. Arbusto semi-suculento, que pode desenvolver-se numa grande diversidade de formas, desde mais ou menos rastejante até uma pequena árvore de 2 (5) m, conforme as condições a que se encontra exposto, geralmente bastante ramificado desde a base. Cresce em zonas rochosas e solos arenosos. É conhecida pela sua resina perfumada (“balsamifera” assim o sugere), sendo utilizada para fins medicinais. Na medicina tradicional, a resina é usada como remédio para várias doenças, incluindo infeções de pele, distúrbios digestivos e problemas respiratórios. É uma espécie muito interessante para cultivo em jardins secos ou de baixa disponibilidade hídrica, em zonas de invernos amenos, livres de geadas. É igualmente procurada, pela facilidade com que se cultiva em vaso, formando exemplares esculturais de bonsai suculentos. https://www.ulisboa.pt/patrimonio/jardim-botanico-de-lisboa https://llifle.com/.../Euphor.../17339/Euphorbia_balsamifera https://www.botanicohub.com/plant.../euphorbia-balsamifera As fotos que se seguem, mostram algumas das plantas notáveis, existentes no Jardim Botânico - Museu Nacional de História Natural. 
Por ecos 20 de agosto de 2025
𝘌𝘶𝘱𝘩𝘰𝘳𝘣𝘪𝘢 𝘱𝘪𝘴𝘤𝘢𝘵𝘰𝘳𝘪𝘢 (figueira-do-inferno) Endémica do Arquipélago da Madeira (Ilhas da Madeira, Porto Santo e Desertas, estando ausente das Ilhas Selvagens) Habita em locais secos, pedregosos e ensolarados, como falésias costeiras ou zonas perturbadas a baixas altitudes, quentes e de menor pluviosidade do arquipélago, indo do nível do mar até cerca de 300 (600) m de altitude. Arbusto suculento de uns 2 m de altura, copa de aspecto arredondado, formada por caules bastante ramificados. As folhas encontram-se nos ápices dos ramos e os caules ficam praticamente sem elas, nos períodos quentes e secos. Floresce de janeiro a agosto, as flores amarelas-esverdeadas (a vermelho-escuro) dão lugar aos frutos (cápsulas) de cor avermelhada quando maduros, onde se inserem as sementes. Os nectários das flores, produzem uma substância que atrai as moscas e outros insectos, promovendo assim a sua polinização. O epíteto “piscatoria” foi atribuído em referência ao uso do seu látex, para atordoar os peixes presos em cavidades de rocha, cheias de água à beira-mar pela subida das marés. Espécie de elevado potencial ornamental, especialmente para quem se interessa por plantas suculentas ou caudiciformes. Pode cultivar-se no exterior, mas apenas em jardins costeiros ou zonas sem geadas, em solos bem drenados ou jardins rochosos, ou em vaso, possibilitando a recolha das plantas para abrigo nos dias em que se preveja a queda de geada. Propaga-se facilmente por sementes. Outras leituras: Árvores e Arbustos de Portugal https://www.arvoresearbustosdeportugal.com/.../figueira.../ Flora-On Madeira https://madeira.flora-on.pt/?q=Euphorbia+piscatoria BioDiversity4All – fotos da espécie na natureza https://www.biodiversity4all.org/.../342090.../browse_photos Dias com Árvores https://dias-com-arvores.blogspot.com/.../pescando-em... Fotos 1 a 5: Jardim Garcia de Orta, Parque das Nações, Lisboa | março 2024
Por ecos 15 de agosto de 2025
𝘌𝘶𝘱𝘩𝘰𝘳𝘣𝘪𝘢 𝘮𝘦𝘭𝘭𝘪𝘧𝘦𝘳𝘢 (alindres, figueira-do-inferno, alhendros, figueira-de-alhendros) Parque de Monserrate, Sintra | março 2024 Arbusto ou pequena árvore, podendo atingir 8 m de altura, endémica da Ilha da Madeira e Canárias. Floresce na primavera. As flores são têm um leve cheiro a mel. Pode utilizar-se em jardins em Portugal, apreciando alguma sombra e humidade, onde adquire um aspecto mais luxuriante, mas também em locais mais expostos e ensolarados. Suporta geadas, desde que não sejam muito fortes e prolongadas. Propaga-se facilmente por semente. Em alturas do ano mais secas, perde parte da folhagem, ficando os caules mais expostos e assemelhando-se a uma planta suculenta. Outras leituras: Flora-On Madeira https://madeira.flora-on.pt/?q=Euphorbia+mellifera Árvores e arbustos de Portugal https://www.arvoresearbustosdeportugal.com/.../alindres.../ Wikipedia https://pt.wikipedia.org/wiki/Euphorbia_mellifera
Por ecos 10 de agosto de 2025
𝘈𝘭𝘰𝘦 𝘩𝘢𝘻𝘦𝘭𝘪𝘢𝘯𝘢 𝘷𝘢𝘳. 𝘩𝘰𝘸𝘮𝘢𝘯𝘯𝘪𝘪 (𝘴𝘺𝘯. 𝘈𝘭𝘰𝘦 𝘩𝘰𝘸𝘮𝘢𝘯𝘯𝘪𝘪) (Planta produzida em cultivo 𝘪𝘯 𝘷𝘪𝘵𝘳𝘰, na Succulent Tissue Culture, NL; Ref: STC.10051, 2012) Endémica das falésias nas Chimanimani Mountains, em Moçambique e Zimbabwe, onde cresce em zonas rochosas e sombreadas, a 1600 – 2300 m de altitude. Distingue-se facilmente de outras espécies de 𝘈𝘭𝘰𝘦, pelo seu hábito de crescimento pendente e a margem da folha hialina, quase translúcida. Forma tufos compostos por vários caules, que podem atingir 75 cm de comprimento e até 2 cm de espessura. Produz inflorescências simples, de 30–50 cm de altura, curvando-se para cima. Fotos da espécie na natureza: https://www.mozambiqueflora.com/speciesdata/species.php... https://www.zimbabweflora.co.zw/speciesdata/species.php... https://www.gbif.org/occurrence/4993765055
Por ecos 5 de agosto de 2025
𝘈𝘭𝘰𝘦 𝘤𝘢𝘭𝘤𝘢𝘪𝘳𝘰𝘱𝘩𝘪𝘭𝘢 ( syn. 𝘎𝘶𝘪𝘭𝘭𝘢𝘶𝘮𝘪𝘯𝘪𝘢 𝘤𝘢𝘭𝘤𝘢𝘪𝘳𝘰𝘱𝘩𝘪𝘭𝘢) (Planta produzida em cultivo 𝘪𝘯 𝘷𝘪𝘵𝘳𝘰, na Succulent Tissue Culture, NL; 2008; Ref: STC.010024, clone 2) Espécie restrita a uma pequena área a leste do Massif d’Itremo, província de Fianarantsoa, no centro de Madagáscar, a cerca de 1.300 – 1.400 m de altitude. Habita em afloramentos de mármore calcário, expostos e sazonalmente dessecados, em areia calcária fina e solo argiloso em fendas, entre cascalho de mármore, em conjunto com gramíneas e outras suculentas. Aloé compacto, forma pequenos tufos de vários rebentos que aparecem a partir da base. O caule é curto, mas alongado, densamente coberto por folhas e restos de folhas secas persistentes. As folhas verde-azulado escuras, de uns 5 - 8 cm de comprimento, apresentam um arranjo dístico (que se dispõem em duas filas opostas, de um e outro lado de um mesmo eixo). As folhas velhas permanecem na planta por muito tempo e podem atuar como meio de conservar a humidade perto das raízes. Estas possuem um canal ao longo da parte superior, mas na natureza, durante a estação seca, as margens das folhas dobram-se e os dentes marginais claros entrelaçam-se, lembrando quase, as mandíbulas de um crocodilo. Este arranjo invulgar das folhas em forma de leque, parece ideal para as plantas se adaptarem às fendas e fissuras das rochas onde crescem. A planta tem uma forma bastante estilizada e arquitetónica. No período de floração, geralmente em dezembro – janeiro, em Portugal, aparecem inflorescências não ramificadas, delgadas, de até 40 cm de comprimento, onde se inserem as pequenas flores brancas, uma cor pouco habitual no género 𝘈𝘭𝘰𝘦. Quanto ao cultivo, e tendo em mente a característica calcária do substrato onde cresce, na natureza, recomenda-se um composto drenante e grosseiro, contendo se possível, lascas de calcário, cascalho e areia com um pouco de turfa ou substrato orgânico adicionado. Ainda como nota de tratamento, é de referir que cultivo esta espécie no exterior o ano inteiro, embora abrigado por telheiro, da chuva e do sol direto. Nos dias mais frios do inverno, encontra-se protegido por manta térmica (tela anti-geada) e a rega é reduzida ao mínimo, cerca de duas vezes por mês, mas mantendo ainda alguma humidade do solo, enquanto se encontra em floração. Por fim, o crescimento é bastante lento, não sendo das espécies mais fáceis de cultivar, em comparação com outras espécies de aloé de pequeno porte. Informação adaptada e que se encontra disponível para utilização mediante licença ( https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ ), em: «Aloe Calcairophila Aloaceae». Protected Areas, https://protectedareas.mg/document/show/164435 Fotos da espécie na natureza: https://www.biodiversity4all.org/.../363196.../browse_photos A planta das fotos que se seguem, foi produzida em cultivo 𝘪𝘯 𝘷𝘪𝘵𝘳𝘰, na Succulent Tissue Culture , NL; 2008; Ref: STC.010024, clone 2
Por ecos 28 de julho de 2025
𝘈𝘭𝘰𝘦 𝘳𝘦𝘪𝘵𝘻𝘪𝘪 Tem a sua distribuição natural, numa pequena área do distrito de Mpumalanga, no norte de KwaZulu-Natal (África-do-Sul). As plantas são acaules, formando rosetas solitárias de 60 a 90 cm de altura, de folhas verde-azuladas e espinhos castanho-avermelhados. Espécie rústica e tolerante a algum frio e geadas (-6º C ?), sendo por isso uma boa opção em jardins, onde outras espécies são mais afetadas pelo inverno. As inflorescências aparecem no fim do verão ou início do outono e as plantas completam a floração antes do frio aparecer e fazer estragos. Apesar destas características que jogam a favor da sua utilização em jardinagem, é relativamente rara, aparecendo esporadicamente em coleções. A propagação é feita por semente e as plantas iniciam a floração cerca de 5 a 7 anos após a sementeira. No caso da planta das fotos, a primeira inflorescência apareceu ao fim de uns 10 anos, provavelmente porque passou muitos anos em vaso antes de ser transplantada para o chão. Outras leituras: https://www.llifle.com/.../Aloaceae/33168/Aloe_reitzii https://pza.sanbi.org/aloe-reitzii-var-reitzii https://www.ruthbancroftgarden.org/plants/aloe-reitzii/
Por ecos 20 de julho de 2025
𝘈𝘭𝘰𝘦 𝘸𝘩𝘪𝘵𝘤𝘰𝘮𝘣𝘦𝘪  É um aloé compacto, que forma pequenos tufos no alto de falésias verticais calcárias, que caem de 800 m de altura sobre o Oceano Índico. Ocorre apenas numa área muito restrita da província de Dhofar (Oman). É ainda a única espécie dos cerca de cinquenta aloés arábicos, que produz flores brancas, numa inflorescência arqueada de 10 cm de comprimento, onde se inserem as flores. No período das monções, que dura cerca de quatro meses, o topo destas falésias está muitas vezes envolto em nevoeiro e neblina, pelo que o clima nestes períodos é geralmente quente e húmido. Informação mais pormenorizada poderá ser encontrada aqui: Walker, Colin (2023). Aloe whitcombei Lavranos - a unique and highly localised Omani endemic. Haworthiad, 37(2) pp. 46–48. URL: https://oro.open.ac.uk/90711/
Por ecos 15 de julho de 2025
𝘈𝘴𝘵𝘳𝘰𝘭𝘰𝘣𝘢 𝘳𝘶𝘣𝘳𝘪𝘧𝘭𝘰𝘳𝘢 (𝘴𝘺𝘯. 𝘗𝘰𝘦𝘭𝘭𝘯𝘪𝘵𝘻𝘪𝘢 𝘳𝘶𝘣𝘳𝘪𝘧𝘭𝘰𝘳𝘢) É a única espécie do género Astroloba que tem flores avermelhadas. A inflorescência pode crescer até 50 cm de comprimento, as flores de forma tubular, estão posicionadas verticalmente, tendo evoluído conjuntamente com algumas espécies de aves (sunbird´s), que as polinizam. Habita a zona do Cabo Oriental, na África-do-Sul, uma região de chuvas invernais e temperaturas elevadas no verão. Tipicamente, cresce em zonas rochosas, de solos pobres em nutrientes e debaixo de arbustos que protegem as plantas do sol forte. Na ligação que se segue, há fotos incríveis desta espécie, a crescer na natureza: https://haworthia-gasteria.blogspot.com/2016/03/astroloba-rubriflora.html?fbclid=IwY2xjawIEzk1leHRuA2FlbQIxMAABHSj0dko3GaKGMO0MjQIuG_Bonr2m7fd9oSdK-2D6jhEpbVYedM2x20B9eg_aem_90IU2hakyejWUaLHE--mDg https://pza.sanbi.org/astroloba-rubriflora
Por ecos 10 de julho de 2025
𝘍𝘦𝘳𝘰𝘤𝘢𝘤𝘵𝘶𝘴 𝘭𝘢𝘵𝘪𝘴𝘱𝘪𝘯𝘶𝘴 (Devil's tongue barrel; crow's claw cactus; candy cactus) Distingue-se facilmente dos restantes Ferocactus, pelos quatro espinhos centrais em cada aréola, geralmente vermelhos a vermelho-cinza e pelas flores de um rosa ou purpura muito atractivo. A própria planta tem um aspecto característico, conferido pelo topo aplanado e “corpo/tronco” usualmente mais baixo e largo, do que alto e cilíndrico. É das últimas espécies de Ferocactus a florir no ano, por aqui ocorre geralmente no outono (fins de setembro e outubro).